PT contesta MP de Bolsonaro que corta salários de trabalhadores

A MP permite que empresas deixem de pagar seus empregados por até quatro meses ou reduzam seus salários em até 25%.

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Parlamentares da Bancada do PT na Câmara rechaçaram hoje (23) a Medida Provisória (MP 927) editada na noite de domingo (22) pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. A MP permite que empresas deixem de pagar seus empregados por até quatro meses ou reduzam seus salários em até 25%.

A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente a medida pelo Twitter. “Governos de vários países se dispuseram a pagar parte dos salários dos empregados para evitar demissões, socorreram pequenas/médias empresas e até mesmo bancaram contas de água/luz das pessoas. Já Bolsonaro penaliza trabalhador brasileiro em meio à pandemia! Viram a diferença?”

O líder da Bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PR), observou que nos Estados Unidos, a “Meca do bolsonarismo”, vai-se pagar US$ 1.000 aos trabalhadores obrigados à quarentena. “No Brasil, Bolsonaro quer matar os trabalhadores de fome, com a MP 927, quer permite que os empregadores deixem os empregados sem salário por até quatro meses. Crime de lesa-humanidade.” Na Inglaterra o objetivo é garantir pelo menos 80% dos salários dos trabalhadores.

De acordo com Enio Verri, a MP 927 editada por Bolsonaro “é um golpe cruel contra os trabalhadores, pois permite que seus salários sejam cortados ou suprimidos durante quatro meses.” Para o líder petista, “é mais uma amostra de que o governo do capitão-presidente só vê o lado do capital, desprezando o povo trabalhador.”

Crueldade

 

O líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), frisou que a MP 927 vai na “contramão do que os governos do mundo estão fazendo, que é proteger o emprego e os salários. A Câmara precisar derrotar essa crueldade.”

A deputada Natália Bonavides (PT-RN) criticou a MP por permitir o corte de 25% do salário. “Isso sem precisar reduzir jornada! Ah, nenhuma linha sobre a promessa de parcela do seguro-desemprego a quem tiver salário reduzido. Todas as medidas para proteger patrões, nenhuma para trabalhadores”, escreveu.

Carlos Veras (PT-PE) denunciou que “no Brasil, além de combater o coronavírus, temos que lutar contra outro grande inimigo da população”, citando Bolsonaro. “É inadmissível!”. A deputada Margarida Salomão (PT-MG) observou que enquanto o país dormia, Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes elaboraram a MP da Crueldade. “Dinheiro para o povo? Mais bolsas família? Que nada! É chicote no lombo do povo!”

Paulo Pimenta (PT-RS) qualificou Bolsonaro como “inimigo número 1 do povo”, enquanto Henrique Fontana (PT-RS) garantiu que o Congresso vai derrubar a MP antipopular.

Chicote

 

Nilto Tatto (PT-SP) também lembrou que no mundo todos os diferentes governos têm anunciado medidas de proteção aos trabalhadores, num momento de crise econômica intensificada pela pandemia do coronavírus. Ele disse que Bolsonaro, “aproveita que todos estão preocupados com a pandemia de #coronavirus para estalar mais duro o chicote”.

Na opinião de Jorge Solla (PT-BA), Bolsonaro, ao tirar o salário de 59 milhões de trabalhadores com carteira assinada “aposta na fome e no caos para que ninguém fique em casa, quer que o vírus circule e mate milhões de idosos? Que mente doentia é essa? Bolsonaro planta morte e miséria”.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) qualificou como erra a MP, já que “provoca mais medo e aprofunda o caos social. Vamos derrubar essa crueldade no Congresso. A hora é de solidariedade, de pensar no bem comum e não no lucro”. Ela lembrou que em nenhum momento o governo Bolsonaro fala em parcela do seguro-desemprego para quem tiver salário reduzido, constituindo “um verdadeiro absurdo”.

Por PT na Câmara

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