Recuo de Temer e reação na Argentina mostram resistência à Reforma

Secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente avalia que reprovação popular à Reforma Previdenciária representa luta por direitos

Victor R. Caivano/AP Photo

Protesto contra a Reforma da Previdência, na Argentina

Enquanto no Brasil a reprovação popular, medida em pesquisas, e a atuação dos parlamentares empurraram a votação da Reforma da Previdência para o ano que vem, na Argentina o governo neoliberal de Macri enfrenta forte mobilização e protestos nas ruas.

Na análise da secretária Nacional de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), Mônica Valente, a reprovação popular nos dois países representa resistência contra a perda de direitos.

“O povo não quer perder direitos, voltar à pobreza, não quer morrer trabalhando. São direitos que a sociedade conquistou ao longo dos anos. O povo não aceita pacífico a retirada de direitos, porque isso conduz à pobreza, à exclusão social”, afirma.

A resistência da população argentina, em sua visão, serve como exemplo “para mantermos a nossa (do Brasil) mobilização” e frear a Reforma da Previdência de Temer.

Recentemente, o Congresso argentino aprovou a controversa Reforma da Previdência no País. O projeto havia sido aprovado no Senado em novembro. A iniciativa do governo neoliberal e direitista de Macri impacta a receita de cerca de 17 milhões de aposentados, pobres e deficientes, entre outros, em uma população de 42 milhões.

Assim como Temer, Macri busca a precarização da situação dos trabalhadores na Argentina, mas também enfrenta forte pressão popular contra a proposta.

“Nos serve de exemplo para continuar a nossa luta a evitar que essa reforma seja aprovada por aqui”, completa.

Lula e Mônica Valente em evento da Aliança Progressista

Para ela, o recuo do governo golpista de Temer e de sua base aliada em adiar a votação da Reforma da Previdência para 2018 representa uma “vitória parcial” desta luta contra o açoite aos direitos do trabalhador.

“(Levar a reforma para o ano que vem) É uma vitória ainda parcial, porque ainda não enterramos esta reforma, mas é uma vitória. Eles não conseguiram concluir a reforma da previdência tal o governo golpista pretendia”, afirma.

“Os parlamentares não quiseram assumir o ônus. Eles recuaram porque sabem que é uma medida totalmente impopular que vai tirar direitos das pessoas, e haverá eleições no ano que vem. Um voto como esse é um posicionamento que retira apoiadores deles.”

“Na Argentina, eles (senadores e deputados) aprovaram, mas tiveram que enfrentar uma greve de 24 horas que paralisou o País. Nenhum governo consegue governar com tranquilidade com esse tipo de medida antinacional e antipopular”.

“Governos golpistas estão alinhados com o sistema financeiro internacional”

A motivação dos governos neoliberais do Brasil e da Argentina em aprovar uma reforma na Previdência Pública tão severa aos trabalhadores, segundo Valente, é entregar ao sistema financeiro um filão de mercado para ampliação da previdência privada.

“Esses governos golpistas estão alinhados com o sistema financeiro internacional”, afirma. “Estão querendo ampliar o sistema de previdência privada.”

“Os governos do neoliberalismo, como Macri e Temer, querem fazer a reforma da previdência, tirar o caráter público e privatizá-la, dando aos bancos, financeiras e seguradoras”, prossegue.

“Os bancos e as financeiras estão de olho no mercado da previdência. Quando você vai ao banco, sempre há uma oferta de previdência privada. Fazendo com que a previdência pública deixe de existir, isso favorece a criação de um mercado para os bancos e seguradoras privadas”, explica a secretária Nacional de Relações Internacionais do PT.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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