Salva de Prata faz jus aos 35 anos de contribuição do MST ao Brasil

Por iniciativa do vereador Jair Tatto, Câmara Municipal de São Paulo concede Salva da Prata ao movimento, maior honraria concedida pela casa legislativa do município

Paulo Pinto

MST na Câmara de São Paulo

Poucos movimentos populares conseguem despertar tanta admiração e respeito quanto o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).  Perseguido, criminalizado e ainda vítima por excelência do ódio dos desinformados, o grupo leva ao extremo o significado da palavra resistência. E resistir, em tempos sombrios como o que está em curso, é também ter o amplo trabalho realizado ao longo de 35 anos oficialmente reconhecido.

Esta, por sinal, foi justamente a motivação que levou o vereador petista Jair Tatto a conceder ao MST a Salva de Prata, maior honraria concedida pela Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo. A entrega das placas aconteceu na noite desta sexta-feira (18) e contou com a presença de diversas lideranças políticas, além da sempre volumosa e contagiante presença da militância do movimento.

Jair Tatto

A iniciativa ocorre em momento bastante oportuno: além de prestar homenagem aos 35 anos do movimento, completados em janeiro deste ano, a Salva de Prata ainda faz jus ao imenso legado do movimento que é o maior produtor de alimentos orgânicos do país, é referência em agricultura familiar e ainda possui inúmeros projetos premiados em áreas como meio ambiente, educação e, claro, pela luta incansável por igualdade no campo.

“Enquanto existir um sem terra neste país, o MST vai continuar ocupando terra. Para nós a terra não é mercadoria. É um patrimônio da humanidade”, define Gilmar Mauro, da coordenação Nacional do movimento. “Essa honraria não é só para o MST. Ela deve ser estendida a todos os movimentos campesinos, movimentos quilombolas, a cada índio, a cada mulher quebradora de coco, a cada um que produz alimento neste país. Esta homenagem também tem que se estender, ainda que de maneira póstuma, às centenas de militantes que perderam suas vidas na defesa da reforma agrária”, completa.

Gilmar Mauro

Presente no evento, a presidenta Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, lembrou em sua fala da importância do movimento também para as incansáveis lutas populares ocorridas ao longo de mais de três décadas.  “Se não fosse o MST, com certeza não teríamos a luta pela terra e pelos direitos do povo brasileiro da maneira como tivemos. Nós, do PT,  aprendemos muito com vocês.

Gleisi Hoffmann

Último a falar durante a sessão solene, o autor da propositura Jair Tatto lembrou da sua ligação com o campo e da importância do MST para o país. “Desde o golpe contra a Dilma vocês foram por muitas vezes mais ferozes e combativos do que nós mesmos. Depois, quando Lula foi preso injustamente, a gente sabia que vocês estariam do nosso lado. O MST é política, cultura e fartura (de alimento) e criou um modelo de sociedade que, se fosse mais ou menos como vocês fizeram no mundo todo, muitos problemas estariam resolvidos”

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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