Secretária de Mulheres de Temer é contra aborto até em casos de estupro

Anunciada após caso de estupro coletivo que chocou o País, Fátima Pelaes já foi a favor do aborto, mas mudou de opinião quando se tornou evangélica

Fátima Pelaes ao lado do golpista Michel Temer Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nomeada nesta terça-feira (31), poucos dias após o caso que chocou o País de um estupro coletivo a uma adolescente de 16 anos, titular da Secretaria de Políticas para Mulheres no governo golpista de Michel Temer é contra o aborto inclusive em casos de estupro, que é permitido por lei no Brasil desde 1984.

A Secretaria de Políticas para Mulheres, rebaixada para o quarto escalão no governo ilegítimo – atualmente está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania -, será comandada pela ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP). Evangélica, Pelaes já foi a favor do aborto, mas mudou de opinião quando se converteu e tornou-se uma religiosa fervorosa.

A posição de Pelaes difere de antecessoras na Secretaria, como a Ministra do governo Dilma, Eleonora Menicucci, para quem “o aborto é uma questão de saúde pública”.

No Brasil, o aborto é permitido por lei e previsto para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) não penas em caso de estupro, mas também quando não há outro meio de salvar a vida da mãe ou quando a gestação for de feto anencéfalo.

A nova secretária afirmou não levantar “bandeiras contrárias aos valores bíblicos”. Em entrevista à Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) News, Fátima Pelaes afirmou que colocou seu mandato de deputada federal “à disposição de Deus”.

“Firmei um compromisso de glorificar o nome do Senhor naquela Casa de Leis”, disse ao CPAD News. Sobre a discussão sobre o Estatuto do Nascituro, a então deputada falou ao solicitar a palavra foi “tomada por um forte impulso do Espírito Santo” e argumentou que o corpo da mulher não é “dona” do seu corpo e que a família é um projeto de Deus. “Como ainda não conhecia Jesus Cristo, defendi bandeiras de lutas contrárias aos valores bíblicos, como, por exemplo, a defesa do aborto, por entender, naquela época, que a mulher era ‘dona’ de seu corpo”, afirmou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) questionou o cumprimento da laicidade do Estado com a nomeação de alguém que coloca suas convicções religiosas acima dos direitos das mulheres. “E a laicidade do Estado, onde fica? Onde ficam os direitos das mulheres dentro de um possível cenário de ainda mais retrocesso?”, escreveu.

Já para o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), a nomeação de Fátima Pelaes mostra que o governo golpista de Temer é “natimorto, fadado à implosão: cronicamente inviável”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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