Sem combater a pandemia, Bolsonaro faz desemprego explodir

Em fevereiro, país somou 14,4 milhões de pessoas lutando por ocupação. Desalentados são 5,95 milhões e subocupados, 6,89 milhões. Do total em idade de trabalhar, 48,6% estão sem emprego ou fora do mercado de trabalho explode o desemprego da era Bolsonaro

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Bolsonaro e Guedes quebraram a economia

Alvo preferencial da cruzada de Jair Bolsonaro contra a informação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica nesta sexta (30) sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), com números nada menos que chocantes. A taxa de desemprego subiu para 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro, e o número de desempregados somou 14,4 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012.

Quase 30% dos brasileiros estão desempregados, trabalhando menos do que gostariam, desalentados ou na força de trabalho potencial (quando a pessoa está desempregada, mas não procurou vaga ou não pode trabalhar por algum motivo qualquer).

Os empregos com e sem carteira assinada sofreram baixa, assim como o número dos que trabalham por conta própria. O maior golpe foi entre os informais: queda de 15,9%, ou menos 1,8 milhão de trabalhadores sem carteira em relação ao mesmo trimestre de 2020.

A taxa de desemprego subiu para 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro, e o número de desempregados somou 14,4 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012.

No mercado formal, a queda foi um pouco menor em termos percentuais e mais que o dobro em valores absolutos: retração de 11,7%, ou 3,9 milhões de pessoas com carteira assinada a menos do que um ano antes.

Do total de brasileiros em idade de trabalhar (com mais de 14 anos), 48,6% estão sem emprego ou fora do mercado de trabalho. Antes da pandemia, o nível de ocupação girava em torno de 55%. Os desalentados, que estão desempregados, mas não procuraram vaga na semana da pesquisa, chegam a 5,95 milhões. Os subocupados, que fizeram algum tipo de trabalho, mas por menos de 40 horas semanais, são 6,89 milhões.

Além disso, há 32,6 milhões de trabalhadoras e trabalhadores com potencial subutilizado. E mais 11,3 milhões se encontram na força de trabalho potencial, situação de quem procurou uma vaga, mas não estava disponível para trabalhar na semana da pesquisa. Ou quem não procurou vaga, mas estava disponível para trabalhar na semana de referência.

Em um ano de pandemia, o Brasil fechou 7,8 milhões de postos de trabalho. E deve piorar, pois os pesquisadores estimam que as restrições impostas pelo agravamento da pandemia em março e abril reduziram o número de pessoas em busca de vaga.

Inação de Guedes teve impacto decisivo na piora dos números

A demora do desgoverno Bolsonaro para retomar políticas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem) também produziu impacto negativo. Os setores da indústria e do comércio já relatam demissões devido à inação do ministro-banqueiro da Economia, Paulo Guedes.

A ‘O Globo’, o economista e professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) Samuel Durso afirmou que essa demora deve fazer a taxa de desocupação chegar a 15%, ou 15 milhões de desempregados, na próxima Pnad Contínua.

“Embora haja a estabilidade na taxa de ocupação, já é possível notar uma pressão maior com 14,4 milhões de pessoas procurando trabalho. Não houve, nesse trimestre, uma geração significativa de postos de trabalho, o que também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação”, comenta a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

“O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal, reforçando movimentos que já vimos em outras divulgações: a importância do trabalhador por conta própria para a manutenção da ocupação”, continua a pesquisadora.

Ainda segundo o IBGE, a massa de rendimento real habitual ficou estável na comparação com o trimestre anterior, sendo estimada em R$ 211,2 bilhões. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda de 7,4% representa redução de R$ 16,8 bilhões na massa de rendimentos.

Estimado em R$ 2.520, o rendimento médio habitualmente recebido caiu 2,5% entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021 frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve estabilidade.

A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de 564 agências do IBGE. Contrariado com esses dados, Bolsonaro reclama sempre que pode. Para ele, em vez de resolver a má notícia, é melhor matar o mensageiro.

Da Redação

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