Seminário ressalta conquistas e desafios da mulher na política

Evento foi realizado na Câmara Municipal de SP por iniciativa da vereadora Juliana Cardoso (PT) e destacou a importância das mulheres ocuparem espaços de poder

Renatto D'Sousa/Câmara Municipal de São Paulo

Vereadora Juliana Cardoso (PT)

A Câmara Municipal de São Paulo realizou seminário “Violência de gênero na política” nesta terça-feira (26). A atividade de iniciativa da vereadora Juliana Cardoso (PT) destacou a necessidade das mulheres estarem empoderadas para ocupar os espaço de poder e denunciarem todo tipo de violência que enfrentam quando estão nesses espaços.

Juliana Cardoso falou sobre as ameaças físicas e verbais de cunho misógino que tem sofrido por um homem chamado Lourival. “Quero agradecer a Amelinha Teles e outras lideranças que estão aqui e que me encorajaram a falar sobre isso e a não levar o caso como: não é nada não, vai passar…”, ressaltou ela.

A vereadora também destacou que “A fala de que as mulheres não foram feitas para política, do presidente nacional do PSL sobre as candidaturas laranja do partido do presidente Bolsonaro, mostram que apesar das nossas conquistas, temos um enorme desafio a enfrentar”, disse ela.

O seminário suprapartidário contou também com a participação da vereadora Adriana Ramalho (PSDB) que ressaltou a importância da cota de representatividade para garantir o espaço das mulheres na política. “Se não houvesse tanta desigualdade, não teríamos que pedir cotas. Já que temos a mesma capacidade dos homens”, afirma Ramalho.

A deputada estadual negra, transgênera e nordestina, Erica Malunguinho (PSOL), destacou a importância de potencializar economicamente e politicamente o espaço da mulher, negra, trans e nordestina. “Se você não se incomoda com lugares predominantemente de homens, brancos, heterossexuais e judaico, cristão, você também pode ser um machista, racista…”, aponta a deputada.

De acordo com Amelinha Teles, militante de esquerda que foi torturada na época da ditadura militar, a história das mulheres foi invisibilizada até meados de 1970. Houve uma luta feminista para colocar na Constituição Federal: os direitos das mulheres e homens são iguais. “Os crimes da ditadura militar ainda não foram apurados. Só na Comissão da Verdade eu pude denunciar o crime de estupro que vivi nesta época. A primeira vez que escrevi sobre isso foi 45 anos depois do ocorrido. As pessoas não conseguem escutar, a dor de nós mulheres parece que é um exagero”, constata Amelinha.

A deputada estadual e líder da bancada do PT na Alesp, Beth Sahão, falou sobre a desigualdade de gênero que existe na Assembleia Legislativa e ressaltou que dos 94 deputados estaduais eleitos, somente 10 são mulheres, sendo que o eleitorado feminino corresponde a 52 % da população. “Historicamente na Alesp nunca uma mulher ocupou a presidência, 1° Secretaria. Depois de 19 anos, uma mulher assumiu a liderança da bancada do PT na Assembleia. Isso porque somos um partido de esquerda que defende a causa das mulheres”, ressalta Sahão.

O seminário contou também com a presença da deputada estadual Isa Penna (PSOL), representantes da ONU Mulheres, Ministério Público, movimentos sociais, sindicais, populares e jurídicos em defesa da mulher.

Por Diane Costa, da Comunicação do PT-SP

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