Vacinação cai pela metade. Fiocruz alerta para explosão de Covid

Butantan suspende produção de vacinas por falta de insumos. Com alta de infecções, quadro da crise sanitária no país é preocupante e pode ser agravado, advertem especialistas

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Segundo boletim da Fiocruz, há "intensa circulação do vírus e a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas”

Ao mesmo tempo em que a vacinação no país caiu pela metade nas últimas semanas, o Instituto Butantan suspendeu a produção de vacinas por falta de insumos, a partir desta sexta-feira (14). O ritmo cada vez mais lento de imunizações, aliado a um patamar alto de infecções por Covid-19, preocupa especialistas. Boletim divulgado pela Fiocruz adverte que há “intensa circulação do vírus e a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas”. Segundo os pesquisadores, o quadro poderá levar a uma explosão de casos. Na quinta-feira  (13), o país ultrapassou 430,5 mil mortes e contabiliza 15,4 milhões de contágios.

Apesar de o relatório do instituto, relativo à semana entre 2 e 8 de maio, apontar uma pequena redução no número de mortes, o índice continua em patamar de descontrole, assim como as infecções por Covid-19. A Fiocruz alerta para um cenário de catástrofe se, a partir da alta incidência de contágio, novas cepas passarem a circular pelo país.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, o país teve média móvel de mortes abaixo de 2 mil pela primeira vez em 55 dias, marcando 1.917 óbitos em média na quinta-feira. Já a média de casos ficou em 61 mil diários, não apresentando variação nas últimas semanas.

Para o instituto, “a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares”. Sobre as ocupações de leitos, a Fiocruz viu ligeira melhora.

“É pertinente dizer que, por um lado, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no país vão dando uma sinalização de melhoria no quadro geral da pandemia. Por outro, a magnitude do indicador, de forma geral, ainda é predominantemente preocupante”, aponta o relatório da entidade. Atualmente, sete capitais têm ocupação de leitos acima de 90%.

Vacinação despenca

Em meio à gravidade da situação sanitária, o Brasil paga o preço por Bolsonaro ter virado as costas  às ofertas de vacinas de empresas como a Pfizer, como provado na última sessão da CPI da Covid, no Senado. Justamente no período em que o país deveria acelerar as imunizações para conter a onda de contágio, o número de doses aplicadas caiu pela metade em duas semanas.

A média caiu 57% nos últimos dias, de 995 mil para 429 mil doses aplicadas diariamente. Com isso, o Brasil foi ultrapassado por Alemanha, Reino Unido, França e Itália no ranking mundial, caindo de 4º para 8º lugar. Com o anúncio da suspensão da produção de vacinas pelo Butantan, o ritmo pode cair ainda mais nas próximas semanas.

Butantan à espera de IFA

Por atraso na entrega pela China do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), insumo necessário para o desenvolvimento da Coronanac, o Instituto Butuntan entregou o último lote de vacinas – 1,1 milhão de doses – ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira. 

O lote faz parte do segundo contrato com a Saúde e prevê 54 milhões de doses ao Plano Nacional de Imunização. O instituto aguarda 10 mil litros de IFA, suficientes para garantir a produção de 18 milhões de vacinas. De acordo com o Butantan, não há previsão de entregas.

Da Redação, com informações de Valor, G1 e CNN

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