Vereadores querem CPI para investigar contratos de Doria

Denúncia de corrupção envolve dois secretários e Denise Abreu, diretora do Departamento de Iluminação Pública (Ilume), que foi cabo eleitoral de Doria

Reprodução Facebook

No período eleitoral, Denise deixou de disputar a prefeitura para apoiar o tucano

A bancada de vereadores do PT de São Paulo, por iniciativa do vereador Alfredinho (PT-SP), entrou com pedido de CPI para apurar denúncias de corrupção envolvendo a Parceria Público-Privada (PPP) da iluminação na cidade. O prefeito João Doria (PSDB) estaria no centro do escândalo em que aparecem também, segundo áudios divulgados pela Rádio CBN, o secretário de Governo, Júlio Semeghini, o secretário de Serviços e Obras, Marcos Penido, e sua antiga cabo eleitoral Denise Abreu.

Denise foi nomeada por Doria, em janeiro de 2017, diretora do Departamento de Iluminação Pública (Ilume), ligado à Secretaria Municipal de Serviços e Obras. Os áudios indicam que a ex-servidora recebia propina do consórcio FM Rodrigues, que levou um contrato de R$ 7 bilhões com a prefeitura em uma PPP. Denise foi exonerada na quarta-feira passada (21).

Além do pedido de CPI, correm investigações no Ministério Público do Estado, no Tribunal de Contas do Município (TCM) e na Controladoria-Geral do Município (CGM).

Atual responsável pela manutenção dos postes de iluminação de São Paulo, a FM Rodrigues teria recebido privilégios para a celebração do contrato mediante pagamento de propinas. É da diretora de Materiais do Ilume, Viviane Anaya de Castro, uma das vozes na reportagem da emissora. Ela indica que 10% do valor do contrato da empresa com a prefeitura iria para o pagamento de propinas. “Espero que suspenda (a PPP). Porque é muita roubalheira, sabe? Essa PPP é muita roubalheira, é muita roubalheira. Ela (Denise) vai lucrar um monte”, diz.

No áudio, Viviane conversa com Cristina Maria Chaud, auxiliar de Denise, e também afirma que não acredita que a empresa seria capaz de honrar os compromissos com a cidade. Prejudicado no processo, outro consórcio, Walks, pleiteava a parceria. De acordo com levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, a empresa afirmou que “o Consórcio Walks seguia à risca todas as exigências do edital da PPP da Iluminação. Apesar disso, foi alvo de diversas decisões da Comissão de Licitação que visavam sua impugnação.”

Em inquérito do Ministério Público do Estado, os promotores responsáveis pela área do Patrimônio Público e Social da capital recomendaram à prefeitura a suspensão do contrato com a FM Rodrigues. A gestão acatou parcialmente, a empresa ficou com a incumbência de serviços “estritamente ligados à manutenção da iluminação pública da cidade, até que seja concluída a investigação em curso na CGM.” Após o parecer do órgão, segundo a prefeitura, virá uma decisão definitiva.

A história controversa de Denise não é recente. Em 2014, a mulher de confiança de Doria foi denunciada pelo Ministério Público Federal como uma das responsáveis pelo acidente no Aeroporto de Congonhas de 2007, que matou 199 pessoas. Na época, ela era diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e foi inocentada no ano seguinte. Pré-candidata à prefeitura no ano passado pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), Denise desistiu do pleito e aderiu à campanha do tucano.

Por RedeBrasilAtual.com.br

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