Volta do auxílio é urgente para evitar colapso econômico e social, defende PT

Líder da Minoria na Câmara protocolou um projeto de lei para prorrogar o pagamento do benefício de R$ 600 por quatro meses. José Guimarães também condenou austericídio fiscal do ministro Paulo Guedes, cujo modelo de restrição de gastos foi desenhado para favorecer o mercado financeiro e massacrar trabalhadores. “É cruel, porque pretende economizar com a parcela mais sofrida da população, quando se sabe que os mais ricos deste país sequer pagam impostos proporcionais às fortunas que ganham”, diz o petista. Presidente da Fecomércio-RJ também defende volta do auxílio para evitar destruição dos demais setores da economia

Gustavo Bezerra

Deputado federal José Guimarães (PT-CE), lider do governo na Câmara dos Deputados.

O auxílio emergencial de R$ 600 precisa ser retomado o quanto antes para evitar que a pobreza extrema, que já atingiu mais de 27 milhões de brasileiros desde o fim do pagamento, amplie o cinturão de miséria no país. Por isso, o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), protocolou um projeto de lei para prorrogar por quatro meses o pagamento do benefício.

Para José Guimarães, o auxílio é “extremamente necessário para que as pessoas possam permanecer em isolamento social, sem comprometer a subsistência de suas famílias”. O deputado considera ainda que o pagamento será essencial para evitar um agravamento da recessão. Os indicadores econômicos apontam para um aprofundamento da crise.

Guimarães condenou ainda o austericídio fiscal promovido pelo ministro da Economia Paulo Guedes, cujo modelo de contenção de gastos serve para privilegiar o sistema financeiro, garantindo o lucro dos bancos, e massacrar o trabalhador. Para o deputado, a afirmação de que é preciso manter o teto de gastos é “falsa é cruel”.

“Primeiro, porque o Congresso Nacional aprovou a PEC 10/2020, a qual estipulou o chamado orçamento de guerra, dando discricionariedade ao governo federal para efetuar despesas para salvar vidas e ajudar os economicamente mais vulneráveis a passar por essa crise, sem passarem fome”, argumentou.

“E é cruel, porque pretende economizar com a parcela mais sofrida da população, quando se sabe que os mais ricos deste país, sequer pagam impostos proporcionais às fortunas que ganham”, concluiu o deputado.

“O Brasil corre o sério risco de entrar em colapso econômico em 2021 se o governo demorar e não tomar medidas como tomou no ano passado. As pessoas e as empresas não podem ficar à deriva”, avalia o presidente da Fecomércio-RJ, Antonio de Queiroz Junior, em entrevista ao ‘UOL’.

A partir dos resultados de uma pesquisa encomendada pela entidade, em janeiro, dando conta de que um terço dos empresários consideram que o quadro econômico será agravado com o fim do benefício, Junior sustenta que  a retomada do auxílio deverá ser discutida no Congresso com urgência.

Cenário desfavorável

“Sem o auxílio, como mostrou uma pesquisa recente do Datafolha, quase 70% das pessoas beneficiadas não encontraram uma outra fonte de renda. Ou seja, sem ele o horizonte é de uma forte depressão nas vendas do comércio, o que impacta os demais setores”, observa o presidente da Fecomércio, para quem a a reivindicação não é uma “reclamação abstrata”.

“O cenário para a população mais pobre não é nada favorável em 2021”, concorda o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Daniel Duque, que participou de um evento virtual promovido pelo instituto. “Caso a renda do trabalho mantenha as tendências dos últimos meses”, insiste Duque, “janeiro será um mês de grandes perdas”, disse.

Da Redação, com informações de ‘PT na Câmara’, ‘UOL’ e ‘Valor’

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